Que estamos vivendo momentos difíceis em nosso país e no mundo não é novidade para mais ninguém. Momentos assim exigem conversas decisivas e decisões de coragem. Mas exigem também não se deixar levar pelas opções programadas que nos oferecem que nos impele a escolher entre duas coisas que queremos ou entre duas coisas que não queremos, como se fossem as duas únicas opções possíveis – uma escolha tola. Sim, é uma conversa. Primeiro uma conversa com você mesmo, depois com sua família, com seus pares, com seus amigos, e com quem mais você puder chamar para fora da caverna. Hoje escutando a homilia do Papa Francisco, em um momento o coro canta: “da manipulação das consciências, salva-nos oh Senhor”. Parei imediatamente para anotar esta frase que ressoou em mim como uma síntese desse momento. Uma manipulação que nos faz sentir entre a cruz e a espada. Vamos lá! Quando é que estamos diante de uma conversa decisiva? Segundo Kerry Patterson, quando as opiniões divergem muito, há grandes interesses envolvidos, as emoções são fortes e assumem proporções gigantescas, e os resultados dessas conversas podem ter um impacto enorme em nossas vidas. Parece com o que estamos vivendo agora? Então, como escapar de uma situação dominada pela adrenalina e o cortisol que reduz toda a nossa inteligência às duas únicas estratégias que nosso cérebro reptiliano conhece – ataque em forma de buscar culpados ou fuga de responsabilidade em forma de pânico paralisante? Se Sócrates fosse vivo diria - Só a pergunta liberta. Pergunte-se: o que há de realmente importante nisso tudo pra mim? O que eu quero lutar para preservar? O que eu não quero como resultado desse processo? Que histórias estão dominando minhas percepções e influenciando minhas escolhas? Estou escutando outros pontos de vista? O que depende de mim que posso fazer para preservar minha saúde, fortalecer minha imunidade E manter o mundo girando? Como posso apoiar as pessoas menos favorecidas ou mais frágeis próximas a mim? influenciar os órgãos incompetentes (isso não foi um ato falho) para investir recursos em prioridades como saúde e educação para não termos que passar por isso outra vez? Por último, faça uma double check, suas respostas estão baseadas em valores e propósito ou no medo? Se for no medo, você ainda está na caverna. Peça ajuda. A morte, nesta nossa existência, é inevitável, mas o suicídio não. Como disse o poeta Pablo Neruda: “Você é livre pra fazer suas escolhas, mas é prisioneiro das consequências”.
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